Wednesday, May 30, 2007

O primeiro passeio


Que fixe! Hoje descobrimos um belo jardim para passear, mesmo ao lado de casa!

Monday, May 28, 2007

Pintas

Obrigado Lau.


o primeiro fatinho do Gaspar.



o primeiro body do Gaspar.

Sunday, May 27, 2007

nasceu o Gaspar : )


Nasceu o Gaspar, no dia 13 de Maio de 2007, às 20h29m, com 2,144 Kg e 45,5 cm.

37 semanas e 3 dias

Domingo, dia 13 de Maio de 2007. Dormi muito e bem.

Sonhei com a Naoli Vinaver. Sonhei que Naoli tinha assistido ao meu parto e, no final, passeando por uma bela pradaria, conversavamos sobre a experiência. Ela perguntava, não foi difícil, pois não? E eu respondia, nunca pensei que fosse tão fácil. Incrível.

Quando acordei pensei que este sonho só podia ser um bom presságio.

É hora de almoço. O Gaspar ainda não nasceu.
Perco algum sangue. Preocupada? Sim, um pouco.
Fico atenta. Volto a perder um pouquito de sangue. Nada significativo, já não estou preocupada, sei que ainda não está na hora de ir para o hospital.
Entretanto chega a minha Doula.
As contracções apertam mais um bocadito.

Como uma sopa, vou bebendo sumos de fruta e água e vou comendo bolachas de água e sal.

Quero ficar por casa o máximo de tempo possível.

As contracções parecem não evoluir. A Magda prepara um chá para eu beber, com o intuito de aumentar o efeito das contracções. É uma receita de Naoli Vinaver. Aquece, estimula, relaxa e, por sua vez, dá energia ao corpo da parturiente.

As contracções vão subindo de intensidade e duração. Concentro-me positivamente no processo pelo qual estou a passar. Não sinto dor, digo para mim, são apenas contracções. O saco de sementes que a Magda trouxe ajuda-me a aliviar a pressão que sinto no ventre.

Já não consigo estar parada, a dor começa a apertar. Tenho que começar a dança. A dança do nascimento. Relaxo, de pé, fazendo movimentos circulares com a anca, apertando o saco de sementes quente contra mim.

Devem ser umas 5 da tarde, alguma coisa me diz que temos que ir para o hospital. Chegou a hora.
A Magda segue no seu carro para o hospital. Eu vou no carro da Marta, com a Marta e a minha mãe.

Chego ao hospital. Depois de me inscrever à entrada da urgência sigo para uma sala onde um enfermeiro me coloca os eléctrodos do cardiotocógrafo (CTG) na barriga, um aparelho que permite registar a frequência e a intensidade das contracções, assim como o ritmo cardíaco fetal. Deveria ficar 30 minutos no CTG, mas a Dra. Antónia, a médica obstetra de serviço, ao fim de poucos minutos, por lapso, diz ao enfermeiro para parar com o CTG.

O enfermeiro entrega-me uma bata. Dispo-me, visto a bata e guardo a minha roupa num saco plástico fornecido pelo hospital. A médica chama-me para me observar. Assim que me sento na marquesa começo a sangrar. A Dra. Antónia vem observar-me e, para espanto de todos, já estou com 7 cm de dilatação. Ainda bem que saí do CTG. Dali vou directo para a sala de partos.

Na sala de partos voltam a ligar-me ao CTG. As contracções ainda são suportáveis.

De repente, as duas enfremeiras que irão assistir o meu parto, entram na sala com uma parafernália esquisita.
Querem rebentar-me as águas. Porquê, pergunto. Para acelerar o trabalho de parto, para despachar. Não, nem pensar, nada disso. Não quero. Quanto mais tempo a bolsa estiver intacta, melhor para o bebé, fica mais protegido. O bebé também sente as contracções. Depois de as águas rebentarem a pressão que as contracções exercem é maior para o bebé.

Passado algum tempo a Dra. Antónia entra na sala e diz-me que vão mesmo ter que rebentar as águas, por o CTG ter registado duas falhas no ritmo cardíaco fetal. Assim, há que acelerar o processo. Tudo bem.

Estava só com a minha Doula quando sinto a primeira contracção forte, mesmo forte, que guinada! Xiça! Acompanhada de uma forte vontade de puxar. Xiça! Fico assustada. Não sei o que fazer, resisto contra o que o meu corpo pede para eu fazer. Contorço-me toda em desespero, como se fosse ficar naquele estado eternamente. A Magda vai chamar o pessoal, enfermeiras e médica. De repente tenho a sensação de que a sala é invadida por uma série de gente, perdi a noção do que se passava à minha volta. Só via uma luz forte a incidir directamente nos meus olhos e a minha Doula, a minha querida Magda. A minha ligação à realidade.

As palavras, a mão, e todo o apoio proporcionada pela Doula foram fundamentais. Houve um momento que pensei não ser capaz de ajudar o Gaspar a nascer se não fosse o apoio da Magda. Por breves momentos achei que não ía ter mais força.
A Dra. Antónia também foi espectacular. Um vozeirão forte, seguro e carinhoso. Deu-me muita força.

Cada contracção é um cresecendo. Começa a subir, a subir, a subir, até que atinge o seu pico máximo de dor. Aí temos que fazer muita, muita força para empurrar o bebé cá para fora. Quanto mais força fazia, menos dor sentia. Incrível como está tudo tão bem engrenado. Nos curtos intervalos entre contracções há que descansar, relaxar e recuperar o fôlego até à próxima contracção.

Cada vez que fazia força agarrava-me de um lado à Magda, do outro à Dra.Antónia, com tanta força quanto podia. Coitada da Dra. Antónia, agarrei-lhe as "carnes" com tanta força...

A certa altura alguém me diz que é mesmo necessário fazer uma episiotomia. Mais tarde vim a saber que o Gaspar tinha o cordão umbilical à volta do pescoço.

Passado pouco tempo o Gaspar está nos meus braços, pequeno, frágil, de olhos abertos e sobrolho franzido. Tão fofo o pequeno Gaspar. Ainda não me acredito que o tenho nos meus braços. De repente materializam-se os 9 meses de gravidez. Tenho um bebé e sou mamã. Incrível.

A experiência de dar à luz foi uma experiência sublime, visceral, poderosa. Recomenda-se! : )

Thursday, May 24, 2007

PLANO de PARTO

Este foi o Plano de Parto que realizei com a ajuda da minha Doula:

"Att. Equipa do Serviço de Urgência do Hospital S.João

Eu, Miss Muji, venho por este meio expressar as minhas preferências relativas ao meu parto, que peço, sejam respeitadas sempre que possível, tendo em conta a minha condição de saúde, tal como a do meu filho, e as recomendações da Organização Mundial de Saúde.

1. Não pretendo que me façam um clister;
2. Peço que me permitam a liberdade de movimento durante o trabalho de parto;
3. Não pretendo que me seja administrada oxitocina artificial;
4. Não pretendo que me sejam administradas soluções intravenosas;
5. Peço que me permitam optar pela posição na qual eu me sinta mais confortável aquando do período expulsivo;
6. Não pretendo que me façam uma episiotomia;
7. Não pretendo que procedam ao corte do cordão umbilical antes deste deixar de pulsar;
8. Peço que me coloquem o meu filho no colo logo que este nasça.

Declaro que as opções acima descritas não se devem sobrepor a razões clínicas.

Agradeço desde já a v/ colaboração e o respeito por este momento tão importante para mim e para o meu filho.

A utente,

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37 semanas e 2 dias


"El Mundo Nace Al Ritmo del Corazón", Naoli Vinaver http://www.nacimientonatural.com/


Sábado, dia 12 de Maio de 2007. Não dormi quase nada. Andei toda a noite e madrugada como uma barata tonta, de um lado para o outro, a preparar a mala.

Está tudo pronto. Eu estou pronta.

Recapitulo mentalmente os sinais a que devo estar atenta para sair de casa em direcção ao hospital: diminuição dos movimentos fetais (segundo os médicos há um número minímo de movimentos fetais que se deve sentir no espaço de 12 horas; eu nunca liguei a isso, confiei sempre no meu instinto ou entrava em paranóia a contar movimentos fetais); as "águas rebentarem"; uma hemorragia vaginal igual ou superior à menstruação; contracções fortes e regulares (2 a 3 em cada 10 minutos, com a duração de pelo menos 30/45 segundos).

É quase meio-dia, as contracções não evoluem.
Está na altura de falar com a minha Doula, a Magda.
Tínhamos marcado um encontro para a próxima segunda-feira, seria talvez o último encontro antes do parto. Falar sobre o parto mais pormenorizadamente, fazer um plano de parto e ver outros partos (alguns vídeos) - o objectivo deste encontro, que não chegará a acontecer, pois o Gaspar resolveu dar sinais da sua graça mais cedo que o previsto.

A Magda chega a minha casa a seguir ao almoço. Está tudo calmo. Eu estou calma, à espera, relaxadamente. E assim ficamos até ao cair da noite. Eu, a Doula, a minha mãe, a Zé e a Marta. Tudo se mantém, não há alterações significativas. A Magda vai para casa ver o filhote dela. Ficamos a contar que tudo se adiantasse ainda durante a noite ou madrugada.

Entretanto, durante a tarde, vimos um DVD realizado por Naoli Vinaver, uma parteira mexicana. Fotografias e vídeos de partos assistidos por Naoli Vinaver. Imagens fortes, poderosas e encorajadoras.

Preparamos também o PLANO de PARTO, que deverá ser entregue ao pessoal que vai assistir ao parto no hospital.

A primeira vez que ouvi falar das Doulas foi na RTP2, numa entrevista a duas Doulas. Fiquei encantada com as Doulas e com a assistência que proporcionavam às mamãs na altura do parto. Inclusive mostraram um vídeo de um parto assistido por uma Doula. Lindo! Lindo! Não tinha nada a ver com a imagem vulgarizada do parto no hospital, com sangue, dor e instrumentos medonhos e esterilizados.

Na altura fixei o nome - Doulas, para quando e se tivesse um filhote pudesse recorrer a esse apoio.E assim foi, mal soube da existência do Gasparzito tratei de procurar uma Doula (http://www.doulasdeportugal.org).

"O que faz uma doula?

Durante a gravidez
Acompanha a grávida durante a gestação através de apoio emocional, esclarecimento de dúvidas, procura de informação; ajuda a planear e desmistificar o trabalho de parto e o pós-parto, transmitindo sempre uma visão positiva desta etapa na vida da mulher.

Durante o Trabalho de Parto
No trabalho de parto, a doula está ao lado da mãe, criando uma esfera de protecção e confiança, que facilita a progressão do trabalho de parto. A doula poderá propor medidas de conforto como duche ou banho, massagens, relaxamento, respiração profunda, ou poderá simplesmente estar ao lado da mãe, segurando a sua mão, garantindo uma atenção contínua. A doula apoia também o pai e mostra como ele poderá ser útil.
Quando no hospital, a doula é a única profissional que garante assistência personalizada e contínua à parturiente, funcionando também como um elo de ligação entre a equipa de atendimento e o casal. Ela explica os complicados termos médicos e os procedimentos hospitalares visando sempre proteger a experiência emocional do parto para o casal.

No Pós-Parto ou Puerpério
A doula também presta serviços no pós-parto, nomeadamente no que respeita ao bem-estar da mãe, aos cuidados a ter com o recém-nascido, ajuda na amamentação, adaptação da família a um novo elemento."
- em http://www.doulasdeportugal.org/pt/faqs

Finalmente tenho sono, muito sono, vou descansar.

Wednesday, May 23, 2007

37 semanas e 1 dia

Sexta-feira, dia 11 de Maio de 2007. Passei a manhã a trabalhar.

À tarde já me sentia esquisita. Cansada, molenga... A vontade de trabalhar já era fraca. Lá estava eu a falar com a Lara (uma amiga que também espera um baby) no Messenger e, zás! lá veio a primeira contracção. Ai! Sem dúvida, é uma contracção! E pensava eu que não ía perceber o que eram contracções, afinal todos diziam que são iguais às dores de menstruação, mas eu nunca tive dores de menstruação! Como poderia perceber?! Percebe-se e pronto.

Já não fui ao jantar de aniversário da Manela. Ao cair da noite percebi claramente que já não estava em condições de sair de casa e o melhor era acabar de preparar a malinha para bazar a qualquer hora. Tudo o que o pequeno Gaspar, supostamente, viria a precisar nos seus primeiros dias de vida cá fora estava reunido na mala. Mas ainda faltava preparar as coisitas da futura mamã, afinal a data prevista do parto era para 31 de Maio.

Já tinha decidido que quando chegasse a hora iríamos para o Hospital S.João do Porto.

Nascer em casa foi uma possibilidade... mas não me agradava totalmente. A minha saúde não estava a 100% e... se for preciso assistência médica especializada para mim e para o bebé?
Falaram-me numa clínica em Espanha, perto de Valencia, Acuario (http://www.acuario.org/es/maternidad.asp). Ideal? Talvez, mas não havia meios para lá chegar.
Nascer no hospital, não me agradava de todo. Sou pela HUMANIZAÇÃO do PARTO (http://www.humpar.org/).

Na revista Pais&Filhos de Maio saiu um artigo para responder às minhas preces. Mesmo a tempo! Um artigo (em forma de entrevista a Diogo Ayres de Campos, Director da Urgência de Obstetrícia) sobre o Hospital S.João e o seu novo protocolo que aposta na possibilidade da realização do parto com a menor intervenção médica, dando liberdade de escolha às grávidas. Obrigada!

E a noite foi avançando, entre contracções espaçadas e de fraca intensidade, entre alguma ansiedade e entre os últimos preparativos para esse momento tão especial que se aproximava.

Monday, May 21, 2007

GRAVIDISSIMA


13 de Maio de 2007 - Gravidíssima ! Momentos antes de entrar na Urgência do Hospital S.João (Porto)...

Is everybody in? The show is about to begin...